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Por Marília Marques

Vista da cidade de Bragança com o castelo ao fundo.
Por Jérôme Mondry
Estar por alguns meses distante da terra natal não parece uma tarefa fácil para muitas pessoas. Agora imaginem viver um ano completo longe de tudo que lhe é familiar? Este é o desafio que um intercâmbio num outro país nos proporciona.

Das aprendizagens obtidas num intercâmbio a mais importante tem sido a de conviver com pessoas dantes nunca vistas  e com isso, aprender a lidar com aquilo que é diferente. Um outro aspecto que aqui sempre despertou a minha atenção é o facto de eu ter estado todo o ano a conviver com o efêmero. Para um intercambista quase tudo se torna passageiro: em primeiro lugar você tem sempre um prazo determinado para retornar ao teu país. Depois sabe que este tempo longe do teu ambiente natural nunca será igual - e se fosse, a experiência não teria a mínima graça!! E como um estudante em mobilidade tem a noção de que o tempo está a passar e que é preciso aproveitá-lo, perder uma oportunidade é erro gravíssimo. Ter o máximo de experiências é a regra geral. 

Aqui o tempo corre diferente. É tudo mais rápido. As estações do ano, por exemplo te faz ter o ano segmentado em fases. No inverno o estado carência das pessoas é o que domina. Na primavera as coisas possuem uma luz diferente, tudo fica mais alegre e colorido. O verão é a euforia geral: piscinas públicas, sol nos jardins, pessoas muito mais bem dispostas e um calor que lembra a minha terra de origem. E por fim, o outono é novidade, ao menos para mim: folhas secas no chão, tempo fresco e o amarelar das folhas.
Esta sensação é sentida especialmente por pessoas que vieram de países quentes, em que este ciclo das quatro estações não é sentido, a exemplo do Brasil, como também afirma a estudante Anna Luísa:

“Quando cheguei em Bragança, em setembro, o clima ainda não estava  tão diferente do meu país, o Brasil, porque ainda estava quente e para adaptar foi mais fácil. Na medida em que o inverno foi chegando ficou bem mais difícil e a gente não tinha roupas adequadas, então tivemos que nos acostumar com o tempo mais frio.”

E Taiane Nazaré:

“Eu acho Bragança uma cidade ótima para morar, apesar de ser uma cidade pequena o interessante é que a cidade te proporciona várias condições para você ter uma vida boa, tem muitas atividades culturais, a agenda cultural de Bragança é muito grande em relação a uma cidade pequena no Brasil, então eu acho que esse incentivo de ter atividades para pessoas da cidade é muito interessante, é uma das coisas que eu acho mais positiva na cidade.”

Outro aspecto a destacar deste intercâmbio em Bragança são algumas dificuldades enfrentadas especialmente por nós, estudantes brasileirAs: ainda somos vistas com um certo ar de desconfiança, principalmente por aqueles menos esclarecidos e que não se mostram disposto a analisar a diferença das situações que agora vivemos. O facto de ser diferente e estar sob o olhar de muitos na cidade é também sentido por estudantes de países que falam outra língua, como os da China, Eslováquia ou Costa Rica.

O estudante Harold que vive em Bragança falou-me um pouco sobre as experiências e dificuldades encontradas para alguém que não é falante natural do português:

“Quando llegué aqui en Bragança fue muy complicado debido al idioma, pero conforme aprendi el idioma y con esto fue mucho más facíl el processo de adaptación. Para integrar-me fue relativamente facíl, pues la facilidad de aprender portugués hablando español es una cosa que se leva en cuenta. La ciudad nos permite conocer a mucha gente portuguesa. La gente portuguesa muchas vezes no se relacionan con nosotros y también no se relacionan mucho más con los Erasmus  por cuestión del idioma de hablar inglés o español..en general la experiencia fue buena, con sus altos y bajos, pero en general fue bien.”

Geada durante o inverno.
Por Marília Marques
Mas além das dificuldades, os estudantes que para cá vêm sentem-se bem, divertem-se, abrem-se para esta nova cultura. Portugal, em especial Trás-os-Montes, é descrito por mim como uma terra de contrastes: de frio e de calor, aceitação e resistências, tradição e o novo. A vida de um estudante Erasmus, portanto é isto: abrir-se para a cultura do país em que se está, mostrar um pouco da tua própria, sentir saudades, sobreviver às dificuldades, conhecer o novo, viajar, respeitar o que é diferente e, por fim, retornar ao teu próprio país com um número maior de aprendizados na bagagem do que os de souvenirs que se pode levar.


(Esta reportagem foi veiculada na Rádio de Bragança - RBA -  em Portugal / Espanha).

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