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Olá! Estou eu aqui mais uma vez para trazer informações de além-mar.

Cheguei  aos 5 meses de intercâmbio! Estou  em férias de verão da universidade até setembro e, em Portugal este mês de agosto é o mês auge do turismo. 
As cidades recebem um número infinito de imigrantes vindos principalmente de França. São centenas deles avistados nas ruas durante o dia. Muitos deles são portugueses que emigraram para França em busca de condições melhores de vida e trabalho e durante às férias retornam ao seu país com os filhos a fim também de rever a família que por aqui deixaram.

Acontece também dos estudantes portugueses irem no mês de agosto à Paris trabalharem: juntam o dinheiro recebido para uma ocasional viagem ou entregam o que recebem aos pais – como um pagamento pelo sustento durante todos os outros meses do ano.

Bragança, a cidade transmontana aqui no norte de Portugal, onde vivo, ferve pelo calor de verão de 32 graus, pelo aguardo dos eventos e concertos ao ar livre durante agosto. O acontecimento mais próximo será em 11 e 13 deste mês: o “Mister e Miss Emigrante Bragança Shopping”!!  

Se não fossem pelos turistas, a cidade em si estaria mais calma: por ser mês de férias e a cidade universitária, quase todos os estudantes retornam às suas cidades, aldeias ou países – para estes no caso dos estudantes Erasmus. As discotecas estão pouco frequentadas ultimamente… O local que mais tem atraído gente são as piscinas públicas: paga-se 3 euros para seu uso durante todo o dia, MAS das 19h às 20h, paga-se apenas 1 euro. (Sim!! Ainda há Sol até as 21h30 em média durante o verão). Estas piscinas públicas são o divertimento das crianças e jovens que por aqui moram e não viajam durante as férias.

Outro sítio (lugar, no português de Portugal) frequentado por todos seja inverno ou verão, são os Cafés. Faz parte da cultura europeia ir a um Café principalmente após o almoço e o jantar.
Há alguns meses tenho trabalhado em um. Na verdade são dois estabelecimentos -  o mesmo dono, mas em locais distintos da cidade. Os Cafés são como bares ou delicatessens, vendem de tudo um pouco: desde bebidas alcoólicas à lanches e claro, o fortíssimo café português.

Pasteis de nata: especialidade portuguesa
Os Cafés têm uma cultura própria: muitos jovens vêm a fim de utilizar a internet (Wi-Fi gratuita, é importante ressaltar) ou reunir-se com o grupo de amigos. Quase sempre pedem cafés ou cervejas (as mais comuns chamam-se Sagres e Super Bock). Os mais adultos normalmente vão com os filhos pequenos, tomam gelados (sorvetes e picolés) e comem os ítens da pastelaria (folheados cobertos com creme de ovo ou os famosos pasteis de nata). Já os mais idosos, frequentadores exigentes, assíduos e fiéis de um mesmo estabelecimento, vão em busca mesmo  é do café. Os velhotes (como são chamados aqui… Não sei se carinhosamente ou de modo pejorativo) gostam que levem os jornais do dia até eles. Para homens quase sempre os jornais de esporte ou notícias em geral e, para as senhoras as revistas com notícias de famosos e telenovelas. 

Chávena de café
É típico destes senhores estarem muito bem arrumados para irem ao Café. Como, muitas das vezes, são pessoas já reformadas (aposentadas), passam grande parte da manhã sentados nas mesas a conversarem. São calmos, mas ficam descontentes se não são atendidos imediatamente ou se não lembramos quais são seus pedidos diários ou a quantidade de adoçante que se deve pôr. Por exemplo: há um senhor que SEMPRE toma um café curto com uma tarte de maçã em miniatura. E uma senhora que SEMPRE compra 4 pães bijús e um café longo com dois açúcares. Há muita graça nisto. E exige MUITA paciência.

Tomar café aqui na Europa é um ritual: primeiro deve-se saber os tipos e a quantidade que irá em cada chávena (xícara). Há os cafés curtos, os cafés cheios, cafés normais, os cariocas de café, os pingos diretos, meias de leite, galões, etc… A maioria pede os cafés normais, que são feitos pelas máquinas (colocamos apenas o pó por cada chávena feita) e são bebidos em apenas um gole e muitas vezes sem açúcar – uma senhora uma certa vez disse-me:

- Percebes, rapariga? Se tu metes açúcar, a pureza do café é perdida!

Outros dois pontos interessantes de uma estudante em intercâmbio como eu estar a trabalhar num Café, é o sistema de trabalho próprio para nós estudantes: trabalha-se apenas 4horas por dia; é o chamado trabalho em part-time. E o facto de estar sempre em contacto com pessoas de diversos lugares, forçando a prática de idiomas – mesmo que sejam um inglês, espanhol ou francês iniciais – a fortalecer o contacto com a cultura dos lugares. 

Foto de um café europeu. (Retirada da internet)
Conhecem-se pessoas... E meu sotaque denuncia fácil, fácil de onde sou!!! Aprende-se a ter jogo de cintura, saber lidar com situações inusitadas, sorrisos sinceros, olhares de insatisfação. E o mais importante: procuro ver em todos uma oportunidade de contacto. Se percebo que a pessoa é mais aberta à conversa, não deixo de iniciar um breve diálogo sobre o Jornalismo – vai que dou a sorte de atender um editor de um grande jornal europeu!?!? 
Algumas pessoas se surpreendem quando digo que estou aqui para estudar. Digo também que estou em intercâmbio, que já viajei a outros países e ao perguntarem qual a minha zona no Brasil digo que é a Bahia… 

E sempre é a mesma resposta: 

- São Salvador da Bahia!!?? Gostava muito de ir lá passar férias. Carnaval, caipirinha, Copacabana…
- Ops, senhora… Um momento! Rio de Janeiro e Bahia não são os mesmo lugares…

(Depois do importantíssimo esclarecimento, desapontada, muitas vezes deixo o assunto morrer aí). =P 

Por fim, o que posso dizer que ainda não tem me agradado são as gorjetas: não percebi ainda se os portugueses são mesmo mãos-de-vaca ou se a crise está mesmo agravada e tem feito eles abrirem cada vez menos a carteira.    

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