Wikipédia: Arte (Latim Ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores.
''Arte pode ser sinônimo de beleza, ou de uma beleza transcendente.(...)''
Para Marília Marques: Arte é tudo aquilo que provoca o bem-estar em seu autor e em quem aprecia. Arte transcende o racional, causa insatisfação, não é necessariamente utilitária¹; possui estilo, dialoga com o mundo... Algumas vezes nos inquieta e não se faz tão fácil de definir.
¹ Podendo servir muitas vezes ( :/ ) a interesses publicitários e/ou capitalistas. Reveja a imagem, inquiete-se e repensemos seu conceito!
(Texto em eterna construção...)
Escrito para ser guardado em uma gaveta virtual de fechadura detalhada e chave pendurada na dispensa.
6 comentários Escrito por Marília Marques às 07:13 20 de outubro de 2009
Por Marília Marques
Marília Marques
Sabe o que é possuir o abstrato?
É ter uma janela de grades coloniais, tonalidade céu-cor-de-chuva com encaixe perfeito para madrugada calma, assento de madeira sem recosto, bloquinho de papel reciclado e um livro entre as mãos.
Um lugarzinho para olhar os transeuntes de cima; rever os mesmos chapéus desgastados, também os cabelos tingidos que disfarçam a vivência e ainda, se observar atentamente, enxergar aquela fresta nas cabeças que te leva ao mais distante pensamento alheio.
Os humanos passam e não notam a dúvida estampada na janela do 1º andar:
- Será verdade que numa noite fria de dezembro em 1977, Alberto fez o mesmo que Liesel -
a ''menina que roubava livros'' - numa livraria na Rua da Ajuda?
(se possui o ''Lunaris'' ¹, confira a pág. 22)
A tua calma, C.R., sempre revela um pouco de você. Corajoso, por que não.... Efetivou em sua juventude uma intensa vontade que eu também compartilho. Mas o seu mundo é ''Lunaris''. Ainda não encontrei o caminho até lá.
...
Sigo arrancando de quem em vê debruçada na janela com o ''Lunaris'' nas mãos, a certeza de que toda experiência traz em si um significado; e que todos esses olhares levarão um grande pedaço de mim.
...
Agora que os gatos tomam conta da rua estou perplexa ao avaliar que uma JANELA de grades coloniais e tonalidade céu-cor-de-chuva me fez voltar a escrever.
Agora que os gatos tomam conta da rua estou perplexa ao avaliar que uma JANELA de grades coloniais e tonalidade céu-cor-de-chuva me fez voltar a escrever.
Bem-vindo(a) a este pretensioso mundo. A chave está pendurada na dispensa. Só não faça barulho ao entrar.
Fecha aspas.''
¹ RIBEIRO, Carlos. Lunaris. Salvador: EPP Publicações e Publicidade, 2007.
(Releitura do conto ''No cais de Esmirna / Ernest Hemingway )
Por: Marília Marques.
Era estranho, vovó Esmirna contava com o coração apertado de angústia, como tremia todas as noites à meia-noite. Todos os aprisionados durante o Regime Nazista no campo de concentração, amontoados: mulheres e crianças à espera da ordem de entrarem para o ‘’banho’’.
Fazia o frio da Alemanha nazista. O céu era todo vermelho e as estrelas ostentavam a suástica.
Formava-se uma fila enorme de judeus sujos, famintos e insultados pelos seguidores do ‘’Führer’’. Não dava para imaginar a fúria com que os soldados arrastavam uma criança nua que mal completara seus nove anos de idade. Arrastavam-lhe pelos braços e cabelos de forma que ela marcava o chão com o rastro da dor.
Vovó Esmirna no fim da fila observava todo aquele clima de horror e suspense. As mulheres e crianças não retornavam do ‘’banho’’. O que estava por vir? Ela recordava a doce lembrança do aconchego da família, desfeita numa noite de inverno tão fria quanto o ar que os soldados nazistas exalavam das narinas.
Contava-nos ainda em vida, das mulheres trancadas num quarto escuro que saíam apenas à luz do dia para jogarem numa vala os corpinhos que traziam junto ao peito, como que a aquecê-los. Eram seus filhos desfigurados – mortos! –que deviam ser jogados junto a tantos outros cadáveres pueris.
Os nazistas detinham o poder. Pervertiam mentes. Julgavam-se superiores.
Vovó Esmirna se lembrava do frio. Era com que mais tinha pesadelos. Também dos soldados que não ligavam para as mulheres que pariam ali, na mesma cavidade em que futuramente enterrariam seus corpos.
Os alemães daquela época eram tão espertos. Eles pretendiam purificar a raça ariana; livrar-se dos racialmente impuros. Torturavam e mandavam para as câmaras de gás aqueles ‘’corpos’’ pesados de sofrimento, que se debatiam como se fossem um amontoado de burros com as patas dianteiras quebradas, jogados na água rasa. Foi mesmo um regime muito agradável. Palavra que foi um regime agradabilíssimo.
Abre aspas: para ler o texto de Hemingway qual me basiei para escrita deste conto, conferir:
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=12514&cat=Artigos&vinda=S
fecha aspas.''
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